CPI dos planos de saúde

Durante a segunda reunião da CPI que investiga os planos de saúde, repeti aos membros uma frase proferida pelo deputado Thiago Gagliasso que soou pesada, mas representa toda a verdade do que vamos enfrentar nos próximos meses: nosso estômago terá de ser muito forte para enfrentarmos as coisas que virão pela frente. Mexer nessa caixa […]

Durante a segunda reunião da CPI que investiga os planos de saúde, repeti aos membros uma frase proferida pelo deputado Thiago Gagliasso que soou pesada, mas representa toda a verdade do que vamos enfrentar nos próximos meses: nosso estômago terá de ser muito forte para enfrentarmos as coisas que virão pela frente.

Mexer nessa caixa preta não é missão para fracos. Há décadas, os planos de saúde se estabeleceram como um bem sucedido negócio econômico, o que não significa necessariamente que devolvam à sociedade um prestativo serviço social.

Desde o primeiro dia de mandato, acumulam-se no meu gabinete reclamações de mães e pais de pessoas com deficiência, aos prantos, que veem o tratamento dos seus filhos ser unilateralmente interrompido sob a alegação de que eles custam caro para os planos.

Simplesmente por causa de dinheiro. Para essa gente, a vida é medida por Reais e não por afeto. Foi nesse contexto que abraçamos essa luta. Pra muitos, inglória. Pra mim, necessária. Não podia ficar parado diante de tanto sofrimento.

E, na condição de deputado estadual, fui para as ruas. De mãos dadas com pais e mães, obtivemos vitórias. Sensibilizamos Ministério Público e Poder Judiciário. Mas não percebemos a empatia das empresas nem dos órgãos fiscalizadores e reguladores dos planos de saúde.

Eu e meus colegas fomos ignorados nos chamamentos que fizemos nas audiências públicas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Isso nos gerou um clima de revolta, mas que também deu energia para irmos adiante. Fizemos valer a prerrogativa dos nossos mandatos. Depois das ruas, partimos para a luta política dentro dos gabinetes da Alerj.

Demonstramos ao presidente Rodrigo Bacelar que a situação havia chegado ao limite e que só uma CPI poderia representar um freio a esses desmandos e desrespeito à população.

Vencemos a primeira batalha dessa guerra. Conquistamos e instalamos a CPI. Será acima de tudo um ambiente democrático, no qual pais e mães contarão o seu sofrimento e as empresas terão plena liberdade para mostrar a verdade dos fatos.

Repito: a verdade! Pois agora não temos mais como ser ignorados.

Dispomos de recursos e instrumentos que nos permitem verificar e checar os fatos apresentados, e tomar as medidas que forem necessárias. A busca é, acima de tudo, por justiça! Mesmo que para isso tenhamos de construir novas soluções legislativas.

O fato é: mães e pais jamais poderão novamente ficar à mercê dos planos de saúde. E estes precisam saber que o Estado estará sempre de olho para fazer cumprir aquilo que é premissa de qualquer governante, legislador ou membro do Poder Judiciário: assegurar o bem estar ao povo.

As mangas estão arregaçadas. Vamos trabalhar, e com um combustível pra lá de especial, porque essa CPI é mais do que um ato político: é um ato de amor!

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